Lagoa Grande, capital pernambucana da uva e do vinho

Lagoa Grande, capital pernambucana da uva e do vinho

A cidade de Lagoa Grande, situada na região do Vale do São Francisco, celebrou um marco importante ao ser nomeada oficialmente como a capital pernambucana da uva e do vinho. O reconhecimento foi formalizado em sessão solene na Assembleia Legislativa de Pernambuco, que destacou o município como um valioso centro de agricultura e turismo na região, principalmente no que se refere à indústria vitivinícola.

Com uma produtividade de uvas que ultrapassa significativamente a média nacional – 47 toneladas por hectare, comparado a 19,4 toneladas pelo Brasil – a cidade comprova o potencial da vitivinicultura no Nordeste brasileiro. Com quase meio bilhão de reais em Produto Interno Bruto (PIB), o município se destaca como um dos líderes em crescimento econômico na região.

Em 2022 a região foi contemplada com a primeira Indicação de Procedência (IP) de vinhos tropicais, para uma área de cerca de 500 hectares de vinhedos de variedades Vitis vinifera destinadas à elaboração de vinhos finos na região do Vale do São Francisco.

Fazem parte da IP as vinícolas Adega Bianchetti Tedesco (Bianchetti), Vinum Sancti Benedictus (VSB), Terranova (Miolo), Terroir do São Francisco (Garziera), Vale do São Francisco (Botticelli), Mandacarú (Cereus jamacaru), Vitivinícola Quintas de São Braz (São Braz) e Vitivinícola Santa Maria/Global Wines (Rio Sol – foto abaixo. Crédito: Francisco Macedo de Amorim/arquivo pessoal).

Estas empresas podem produzir vinhos finos tranquilos brancos, rosados e tintos, espumante e moscatel, além de vinho licoroso e brandy e, em todos eles – depois de avaliados e aprovados pela comissão da IP – é possível estampar os selos da IP Vale do São Francisco nos rótulos.

De acordo com dados da Embrapa, a produção de vinhos finos dos estados da Bahia e Pernambuco está concentrada no eixo Petrolina-Juazeiro, principalmente nos municípios de Casa Nova, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, no chamado submédio São Francisco, uma região de clima tropical semiárido, com temperaturas que possibilitam que os vinhedos irrigados com a água do rio São Francisco produzam uvas em todos os meses do ano.

Francisco Macedo de Amorim, responsável pela condução do processo da Indicação Geográfica e professor de viticultura e enologia no Instituto Federal do Sertão Pernambucano, ressalta a importância do reconhecimento de Lagoa Grande como a capital pernambucana da uva e do vinho, afirmando que o município contempla o maior número de vinícolas entre todos os da região. Ainda segundo Amorim, Lagoa Grande é onde está a maior concentração de vinícolas no cenário de produção tropical no mundo.

“Nós temos aqui hoje – não apenas em Lagoa Grande, mas em todo o Vale do São Francisco – cerca de 50 diferentes variedades sendo plantadas e em produção, algumas ainda, claro, em estágio experimental” explica o professor. “Temos como destaque principalmente a produção das uvas tintas Syrah, Tempranillo, Grenache, Tannat e Ruby Cabernet, além de brancas como a Chenin Blanc, que sempre dominou a região, mas também variedades como Sauvignon Blanc, Verdejo e Viognier” finaliza.

Vilmar Cappellaro, prefeito de Lagoa Grande, celebra o reconhecimento da cidade e destaca que este título representa uma oportunidade para atrair novos investimentos e promover o desenvolvimento local: “a iniciativa serve como um impulso para o turismo e outros setores econômicos”, comemora.

Foto de topo: prefeitura de Lagoa Grande

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