Setor da uva e do vinho avalia perdas e define ações

Setor da uva e do vinho avalia perdas e define ações

As enchentes que atingem o Rio Grande do Sul afetaram mais de 2,3 milhões de pessoas e já são 161 óbitos confirmados pela Defesa Civil do estado. Os olhos do mundo inteiro estão voltados para essa situação, que também mobiliza todos da Serra Gaúcha, região que depende da uva e do vinho para sobreviver. Pensando nisso, na manhã de terça-feira (21), mais de 50 representantes do setor da viticultura uniram forças em uma reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho para debater novas ações. Foram discutidas estratégias de auxílio de médio a longo prazo, o levantamento de perdas e a avaliação de impactos econômicos. Também foi apresentado pela Embrapa um plano para avaliação de riscos climáticos e um grupo de trabalho da câmara para a criação de propostas específicas de políticas públicas para a área da vitivinicultura.

Durante a reunião foi mostrado que no momento ainda não é possível fazer avaliações concretas de todo o impacto causado para os produtores, suas propriedades – como a da foto acima, a vinícola Valparaiso, que fica em Barão (RS) – e o setor como um todo. As dificuldades para isso, são diversas: “O cenário é bastante desolador, têm locais onde a terra ficou na laje, em outros só a Defesa Civil e os bombeiros conseguem chegar e outros estão totalmente sem acesso”, avalia Thompson Didoné, extensionista da Emater de Bento Gonçalves, em ata do encontro. Segundo Adeliano Cargnin, chefe da Embrapa Uva e Vinho e coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho do RS, alternativas estão sendo utilizadas: “A Embrapa está realizando um levantamento dos danos a partir de imagens de satélite das áreas atingidas”, explica. Essas imagens são comparadas com um banco de dados já existente. “Depois teremos de validar tudo isso indo até os locais”, complementa.

Cargnin conta que todo o setor será cuidado com atenção, não apenas as áreas afetadas: “Será apresentado um plano de ação emergencial em junho, ainda em elaboração. Pensando a longo prazo, a ideia é ajudar todos”, relata o coordenador. Ele explica que as imagens utilizadas para avaliação dos danos servirão para indicar os locais a serem assistidos inicialmente, mas que o trabalho não terminará por aí: “Vamos tentar criar um plano de revitalização e de modernização da viticultura para todos”, complementa Cargnin. Pensando nisso, Luís Bohn, adjunto da gerência técnica Emater/RS ASCAR, parceira na iniciativa, alertou  para uma continuidade necessária de monitoramento: “Em relação à viticultura temos que prestar muita atenção porque nós estamos sujeitos a novos deslizamentos”, disse em entrevista ao canal de YouTube do Brasil de Vinhos, no Brasil de Vinhos Recebe.

Dessa forma, ficou definida a criação de um grupo de trabalho da Câmara Setorial, coordenado pela Embrapa, para pensar em propostas específicas de políticas públicas para a área da vitivinicultura. De acordo com a ata da reunião, Participarão deste grupo Embrapa, Emater, Banrisul, Farsul, Badesul, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul) e Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

O encontro foi mobilizado por Adeliano Cargnin, chefe da Embrapa Uva e Vinho e coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Uva e do Vinho do RS, e Clair Kuhn, diretor geral adjunto da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (SEAPI) e coordenador das câmaras setoriais.

 

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