Regiões vitivinícolas que tenham o perfil “boutique” com forte identidade local, produção de qualidade e com compromisso sustentável estão entre as selecionadas para fazer parte da The Global Artisan Vintners Alliance.
A convite da American Viticultural Area (AVA) de Livermore Valley, na Califórnia, a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale) se torna uma das cofundadoras do projeto, ao lado de regiões produtoras da França (Chinon, foto abaixo), Portugal (Alentejo), Croácia (Dalmácia), Argentina (Chilecito) e Estados Unidos (Livermore Valley, na Califórnia, e Hill Country, no Texas).
As AVAs são Denominações de Origem Controlada para regiões vinícolas nos Estados Unidos, “é semelhante à D.O. (Denominação de Origem) que temos no Vale dos Vinhedos”, explica Moisés Brandelli, presidente do Conselho Regulador do Vale dos Vinhedos. O enólogo conta que essas denominações delimitam áreas específicas com características únicas de terroir, como clima, solo, tradição e manejo, que impactam diretamente no estilo e qualidade dos vinhos produzidos.
O projeto da The Global Artisan Vintners Alliance foi apresentado em uma reunião na Califórnia, em outubro de 2024. Na ocasião, o Brasil foi representado por Marco Moreira, do setor de promoção do Consulado-Geral do Brasil em São Francisco, na Califórnia. “A ideia da associação é contar com um representante de cada região produtora no mundo. Inicialmente, serão de sete a oito cofundadores, podendo chegar em torno de 15 membros”, comenta André Larentis, vice-presidente da Aprovale. O produtor destaca que a aliança busca selecionar Denominações de Origens e Indicações de Procedências das quais façam parte empresas de pequeno e médio porte, em torno de 50 vinícolas.
A união propõe o debate sobre práticas emergentes de vinificação, gestão de associações e iniciativas econômicas, promovendo a troca de experiências, conhecimento e recursos. Além disso, prevê ações de marketing para destacar as regiões vinícolas envolvidas como destinos privilegiados para Vinho, Gastronomia, Cultura e Hospitalidade. “O foco no agroturismo vai além da produção de vinhos”, afirma Brandelli, “também queremos destacar o Vale como um destino completo”, pondera.
O enólogo (foto acima) antecipa ainda entre o segundo semestre de 2025 e o primeiro de 2026 deve ter início um programa de estágio internacional entre as regiões produtoras participantes da associação: “desta forma estudantes e profissionais das regiões participantes poderão vivenciar práticas e culturas locais por períodos de um a três meses, podendo trabalhar nas vinícolas, aprendendo sobre produção, marketing e turismo, com suporte logístico e hospedagem oferecidos pelas associações anfitriãs”, comemora.
A aliança também planeja eventos anuais ou bianuais em cada uma das regiões participantes, com a primeira agenda presencial programada para 2025 na Califórnia, ainda sem data definida. Os encontros incluirão degustações, encontros com produtores, experiências culturais e seminários técnicos para fortalecer os vínculos e promover as regiões como destinos de turismo de vinho.
Fotos: reproduçõesTrip Advisor, Moisés Brandelli, foto Brasil de Vinhos
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