Mutirão para ajudar a diminuir prejuízos causados por tornado em Flores da Cunha (RS)

Mutirão para ajudar a diminuir prejuízos causados por tornado em Flores da Cunha (RS)

No final da tarde de segunda-feira escureceu na Serra Gaúcha. Começou a chover, o vento ficou muito veloz e a combinação das duas coisas formou uma espécie de correnteza nas ruas do centro de Flores da Cunha (RS), onde mora Caroline Dani. “Parecia um rio a uma distância de duas quadras da praça principal e da Igreja”, recorda assustada a sócia do Brasil de Vinhos. O susto maior foi quando pedras começaram a cair do céu: o medo era que o granizo e a violência da tempestade quebrassem os vidros que revestem a casa onde mora – o que felizmente não aconteceu. Mas a tempestade veio com força a cerca de 10 minutos dali, no Travessão Alfredo Chaves, uma das principais rotas enoturísticas da região, onde estão localizadas quatro vinícolas ou seus depósitos – Viapiana, Bebber, Mioranza e a Terrasul (foto acima).

Delas, a Terrasul foi a mais castigada. Com base em dados e imagens a Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou a ocorrência de um tornado em Flores da Cunha na segunda-feira, com ventos atingindo 100 km/h. Imagens aéreas dos danos na comunidade de Alfredo Chaves, interior do município, mostram que o padrão de danos indica que os destroços foram jogados em diferentes direções, o que caracteriza o fenômeno.

Para ajudar na limpeza – e na posterior reconstrução das empresas – a Associação dos Altos Montes está organizando um mutirão de ajuda para quarta-feira, dia 10 de dezembro, a partir das 7h30, no Travessão Alfredo Chaves. No local haverá orientação para quem quiser ajudar. A previsão do tempo marca garoa, mas isso não vai atrapalhar o trabalho: “procurem ir de botas e calças compridas. E quem puder leve luva, vassoura, rodo, balde e pá”, convoca Igor Pan, gerente executivo da Associação. Pan explica que a ideia para quarta-feira é, inicialmente, começar a limpar os escombros do pavilhão para estocar produtos prontos que a vinícola Bebber possuía próximo à Terrasul.

“O depósito da Bebber, ao lado da Terrasul, veio todo abaixo”, lamenta André Tonet, presidente da Associação dos Altos Montes, “na quarta-feira faremos uma seleção para tirar os vinhos”, complementa. Já o caso da Terrasul, segundo ele é bem mais sério: “ainda não temos uma estimativa de custo, mas foi bem danoso, fora os vinhedos em torno, que caíram bastante”, lastima.

“Foi atingida uma estrutura secundária que tínhamos alugada, que utilizávamos como depósito, local para rotulagem e expedição bem próximo à Terrasul, que foi o ápice do ciclone que passou por aqui”, lamenta Felipe Bebber. “Esse pavilhão não existe mais, foi embora”, sentencia.

Bebber agradece que os danos foram apenas materiais e apresenta dois cenários, o dos vinhos não rotulados e o dos rotulados: “com relação aos rotulados vamos descobrir na limpeza da quarta-feira o que quebrou; dos não rotulados já conseguimos remover bastante e muita coisa, felizmente, está preservada”, respira, aliviado.

Sempre otimista, Bebber mais uma vez agradece os danos apenas materiais e assegura que com resiliência e fé em Deus tudo será mais uma vez resolvido e os empecilhos serão superados: “as nossas operações na sede da vinícola e no restaurante seguem ativas, conseguimos atender os clientes, continuamos comercializando vinhos e recebendo visitantes para todas as experiências”, comunica.

Por volta das 18h10 chovia quando Arthur Viapiana estava se preparando para sair da vinícola. No carro com o pai, optaram por esperar: “foi cerca de dois minutos”, conta, “se tivéssemos saído teríamos pego tudo no ‘olho do ciclone’  também, pegando o acesso à estrada que leva à cidade. A empresa foi pouco afetada, algumas telhas fora do lugar e água na sala dos tanques (foto acima).

A menos de três quilômetros do centro do tornado, no sentido Nova Pádua, fica a vinícola Marzarotto: “nossa, nem consigo entender como não aconteceu nada pra gente”, confessa Janaína Massarotto. Por lá houve apenas queda de energia, mas no decorrer da terça-feira a situação foi normalizada: “ficamos muito sensibilizados com o que aconteceu com os colegas e com as palavras de carinho e apoio que estamos recebendo de diversas pessoas, agora é hora de participar do mutirão e ajudar todo mundo”, finaliza.

 

Foto: divulgação Altos Montes / solaris991fm e Arthur Viapiana

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