Tesouros estão amadurecendo neste momento, enquanto o leitor começa a ler esta reportagem. Escondidas nas escuras adegas, repousando em grandes tanques ou já engarrafadas, aguardando para ganhar as prateleiras, as preciosidades produzidas no Rio Grande do Sul em 2020 não são contadas em quilates, mas em litros. Com um clima perfeito do início ao fim e moldada pela tecnologia, a safra deste ano vem sendo chamada pelos enólogos de lendária, histórica – a safra das safras. Mais do que possibilitar a produção de vinhos excepcionais, a melhor de todas as colheitas deve ajudar o vinho brasileiro a ganhar ainda mais prestígio e mercado.
“Em 2020, tivemos a condição climática que caracteriza uma safra excepcional. Não temos todos os dados técnicos ainda, mas os relatos dos colegas enólogos são emocionantes. Estamos vivendo algo totalmente inédito”, comemora o presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), Daniel Salvador. Segundo ele, desde meados de 2019 vem se desenhando o clima ideal para o ciclo da videira. Inverno pouco rigoroso, outono chuvoso e primavera e verão bem mais secos do que a média asseguraram a brotação ideal, com frutos amadurecendo por completo no tempo certo. O resultado foi uma colheita perfeita em todas as regiões do Estado.
Dados da Embrapa Uva e Vinho ilustram a conjunção de fatores que gerou essa safra ímpar. O acompanhamento pluviométrico mostra que as chuvas, nos quatro meses decisivos para o amadurecimento das uvas, foram escassas. Em dezembro, janeiro e fevereiro, houve apenas 16 ocorrências de chuva acima dos cinco milímetros, que é o mínimo para a medição. Já em março, período mais crítico, ocorreram somente duas chuvas. “Uma estiagem como essa sempre beneficia a qualidade, pois as uvas ficam mais doces, mais açucaradas. Com menos umidade, a amplitude térmica também é maior, proporcionando o clima ideal para que a uva amadureça lentamente”, explica o pesquisador da Embrapa Mauro Zanus. A seca também inibiu a proliferação de micro-organismos que podem gerar anomalias ou podridões, garantindo a sanidade do vinhedo. Ainda segundo Zanus, a estiagem provocou uma quebra na produtividade – o que está longe de ser ruim, no caso da vitivinicultura. Ao produzir menor quantidade de cachos, as plantas concentram os polifenóis e açúcares nas frutas que permanecem no pé.
Entre os enólogos, é de empolgar a análise das primeiras vinificações. O grau de açúcar encontrado nos frutos tem sido de 2,5 a 3 pontos maior do que na safra 2019 – em vinícolas menores, essa diferença pode chegar a 5 pontos. Como consequência disso, os vinhos apresentam um teor alcoólico bem mais elevado do que em anos anteriores, o que é um indicativo de qualidade. Quando se obtém álcool elevado nas fermentações, é sinal de que a uva amadureceu completamente, incorporando cor mais intensa, taninos mais macios e aromas mais complexos. Esses vinhos também costumam ter um potencial de guarda bem maior, evoluindo e ganhando estrutura ao longo de anos, até de décadas. “Em três ou quatro anos, começaremos a provar os grandes vinhos tintos desta safra, os que terão potencial para um tempo ainda não estimado de guarda. A safra 2020 será decisiva para a imagem do vinho brasileiro”, completa Salvador. Desde 2018, o Ministério da Agricultura criou a categoria dos Vinhos Nobres, que permite a fabricação de bebidas com graduação alcoólica que pode variar de 14,1% a 16%.
O clima perfeito não será responsável apenas por garantir qualidade excepcional aos vinhos. Eventos como esse também tem a capacidade de impulsionar o setor, que, apesar de crescer rapidamente, ainda sofre com entraves como a concorrência com os produtos importados e a desconfiança do público. “Uma safra histórica tem uma força incrível para o mercado de vinhos, impulsionando seu crescimento. Ela se torna didática para o consumidor, que a toma como referência”, afirma o presidente da seccional gaúcha da Associação Brasileira de Sommeliers, Orestes de Andrade Jr. Ainda segundo ele, 2020 pode superar a histórica safra de 2005, considerada a melhor de todas até agora. “Todo apreciador de vinhos procura saber quais são as grandes safras, isso já ocorre nos principais países produtores. Agora, começa a acontecer também com o Brasil”, completa.
Uma revolução no comércio de vinhos
Uma pequena revolução está em curso no comércio de vinhos no Rio Grande do Sul. O movimento começou em Bento Gonçalves, com a abertura das primeiras lojas especializadas, e, aos poucos, ganha a simpatia da Capital. São cada vez mais numerosas as pequenas butiques que se dedicam exclusivamente ao comércio de vinho brasileiro – em especial, o que é produzido no Rio Grande do Sul. Em tempos de pandemia, esses pequenos negócios estão burlando com destreza as mazelas como fechamento do comércio e dólar nas alturas. Como se abastecem diretamente nas vinícolas e têm uma relação muito próxima com os consumidores, as lojas estão mantendo as vendas ao levantar a bandeira da qualidade do vinho gaúcho.
É o que tem feito a sommeliére Marielly Lautert, proprietária da Depósito Vinhos, no Centro de Porto Alegre. A representação de pequenas vinícolas começou há cerca de quatro anos, e, há pouco mais de um ano, ela abriu a loja, que só vende vinho nacional, a maioria gaúcho. Nas prateleiras estão rótulos de 32 vinícolas – dessas, somente três são de fora do RS. A necessidade de distanciamento social provocada pela chegada do coronavírus obrigou a loja a fechar as portas e determinou o cancelamento de todos os eventos promovidos por Marielly, como reuniões de confrarias, palestras e degustações orientadas. A qualidade do vinho local, porém, está garantindo a sobrevivência do negócio, mesmo em tempos de pandemia.
“Muita coisa mudou com a loja fechada, mas o desafio segue o mesmo: fazer com que as pessoas provem o vinho brasileiro. Quando elas arriscam, não se arrependem”, assegura Marielly. As estratégias para manter em alta o negócio têm sido aumentar a presença nas redes sociais, com lives e degustações orientadas remotamente, e o delivery de vinho. Segundo ela, há pontos favoráveis: por um lado, as pessoas estão bebendo mais vinho em casa, o que aquece as compras, mesmo remotas; por outro, a alta do dólar fez o preço dos importados aumentar muito, o que torna a bebida nacional mais competitiva. “A qualidade da safra 2020 vai encontrar consumidores mais receptivos às novidades, mais interessados no vinho brasileiro. E todos vamos ganhar com isso”, completa.
Vitivinicultura: natureza e tecnologia juntas
Além do território gaúcho, Alexandre produz vinhos também no Vale do São Francisco
JEFFERSON BERNARDES/DIVULGAÇÃO/JCCondições climáticas favoráveis são indispensáveis para garantir qualidade excepcional a uma safra. Mas é preciso mais do que isso. A vitivinicultura é produto da harmonia entre natureza e tecnologia – uma oferece o fruto perfeito, a outra possibilita que sejam extraídas dele todas as possibilidades.
O Brasil produz vinho há mais de um século. Pesquisas apontam que já havia cultura vitivinícola em território gaúcho pelo menos desde meados do século XVIII, quando portugueses trouxeram as primeiras mudas de videira para as regiões Sul e Meridional do Estado. Os imigrantes europeus, na segunda metade do século XIX, intensificaram a atividade nas colônias, especialmente na serra gaúcha, transformando essa região no principal polo produtor da bebida no País. Grande parte das uvas produzidas pelos imigrantes, no entanto, eram as variedades chamadas de americanas, como as cepas niágara e isabel. O vinho resultante delas é o de mesa, que a gente, por aqui, chama carinhosamente de vinho da colônia, ainda muito apreciado por boa parte dos consumidores brasileiros. Essas uvas também são ideais para a produção de suco.
Vinho fino, elaborado com a variedade vitis vinífera, também não é novidade por aqui. Desde o início do século XX há registros de fabricação da bebida na serra gaúcha. Exemplos são a extinta Vinícola Rio-Grandense, criadora da marca Granja União; e a Peterlongo, que, em 1915, já cultivava a uva moscato para a vinificação de espumantes. Por elaborar a bebida pelo método tradicional, batizado de champenoise pelos franceses que o inventaram, a vinícola gaúcha passou a chamar seus rótulos de champanhe. Até hoje, porém, o Rio Grande do Sul produz muito mais uvas de mesa do que viníferas: de acordo com os dados de 2019 do Cadastro Vinícola do governo do Estado, 88,5% das mais de 614 mil toneladas de uva produzidas. Somente 11,5% eram da espécie vitis vinífera, destinada à produção de vinhos finos.
Entre as décadas de 1970 e 1980, uma crise assolou muitos produtores da Serra que vendiam uvas ou vinho de mesa a granel. Quase todo vinho produzido no Estado era de baixa qualidade, com pouco valor agregado, que perdia de relho quando confrontado com os importados. Para tentar reinventar-se nesse cenário, muitas vinícolas foram qualificando seu portfólio de produtos. Aos poucos, as empresas foram percebendo que era preciso investir em tecnologia e pesquisa para enfrentar a concorrência. Não se sabia, à essa altura, do que o terroir gaúcho era capaz.
Uma das empresas que nasceu nesse momento foi a Miolo, depois de 90 anos da chegada do patriarca, Giuseppe Miolo, da Itália. A família plantava uvas e vendia vinho a granel no Vale dos Vinhedos quando, em 1989, fundou a marca e passou a investir em vinhos finos. Reconverter vinhedos para cultivar as variedades vitis vinífera e adquirir equipamentos modernos foram os primeiros desafios. Elaborar um produto de qualidade superior em um mercado dominado pelo vinho de mesa parecia uma aposta arriscada quando a empresa lançou o seu Reserva Merlot safra 1990. A contratação do famoso enólogo francês Michel Rolland como consultor foi um dos passos decisivos para abrir os caminhos que levariam à compreensão das possibilidades que o solo gaúcho poderia oferecer.
Hoje, 30 anos depois de lançar o primeiro Reserva, a Miolo explora regiões diversas do território gaúcho, além de produzir vinhos também no Vale do São Francisco. Ao investir pesado em tecnologia e pesquisa, a marca comemora a chegada de uma safra excepcional no momento certo. “Tivemos um clima muito semelhante ao da safra de 2005, mas teremos resultados muito superiores. Há 15 anos, não havia a tecnologia e o conhecimento que temos hoje. Nossa aposta nas variedades certas para cada região permite que, agora, possamos extrair o máximo da safra 2020”, comenta Adriano Miolo, enólogo e superintendente do Grupo Miolo.
Para o presidente da ABE, Daniel Salvador, a tecnologia e os investimentos em pesquisa feitos nas últimas décadas são decisivos para que o setor possa aproveitar tudo o que a natureza produziu no vinhedo neste ano. Ele próprio enólogo da Vinícola Salvatore, de propriedade da sua família, testemunha o salto de qualidade proporcionado pela tecnologia e pela pesquisa. “Éramos produtores de vinhos a granel e dependíamos do sucesso das vinícolas grandes. Hoje, como tantas outras empresas, mudamos o foco, nos repaginamos para produzir bons rótulos. Essa virada está ditando a identidade do vinho nacional”, ressalta o presidente da ABE.
Qualidade contra o preconceito
Selos de controle de procedência dos vinhos já são uma realidade no Rio Grande do Sul
FAMÍLIA BEBBER/DIVULGAÇÃO/JCAtire a primeira taça quem nunca ouviu (ou, pior, falou) a infame frase: “Não bebo vinho nacional”. O espumante brasileiro já rompeu essa barreira, e ninguém mais duvida que a bebida não perde em qualidade para os mais prestigiados rótulos do mundo. Tintos e brancos, no entanto, ainda lutam pela chance de provar que podem ser, sim, tão bons quanto os importados. A expectativa dos enólogos é que a imagem da vitivinicultura brazuca ganhe uma ajuda de luxo com a safra 2020.
“Esta safra vai consolidar a qualidade do vinho nacional, em especial, do vinho gaúcho. É o momento ideal para uma quebra de preconceito, pois o consumidor poderá comprovar que o produto feito aqui pode ser tão bom quanto o de qualquer outro país produtor do mundo”, destaca o enólogo chefe da Cooperativa Vinícola Aurora, Flávio Zilio.
Enquanto muita gente por aqui faz cara feia, o mercado externo não está nem aí para o preconceito e se abastece, cada vez mais, dos produtos gaúchos. O Instituto Brasileiro do Vinho estima que 90% das exportações do Brasil partam do Rio Grande do Sul. De acordo com a gerente de Importação e Exportação da Aurora, Rosana Pasini, uma safra como a de 2020 ajuda as vinícolas brasileiras a apresentar o País para os principais compradores do mundo. “Uma ótima safra como a de 2020 nos ajuda a apresentar o Brasil de forma exemplar. Os consumidores estrangeiros, principalmente das novas gerações, estão muito abertos a provar produtos novos, e apresentar vinhos como os de 2020 será ainda mais fácil, certamente fecharemos grandes contratos com esses rótulos”, afirma Rosana.
O incremento na qualidade do produto nacional já não é mais uma questão somente de paladar. Selos de controle de procedência dos vinhos, nos mesmos moldes dos que existem nas principais regiões vinícolas do mundo, já são uma realidade por aqui. Desde 2012, o Vale dos Vinhedos possui sua Denominação de Origem, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Para obter o selo, os produtores precisam respeitar normas para a produção e o processamento da bebida – para se ter uma ideia, até as variedades de uva são limitadas. Na Serra, localidades como Pinto Bandeira, Monte Belo do Sul e Farroupilha possuem a Indicação de Procedência registrada, com regras determinadas para a obtenção do selo. Outras regiões, como a Campanha gaúcha, se estruturam para registrar a indicação geográfica em seus vinhos.
Para além da qualidade, outro fator tem ajudado o vinho gaúcho a romper barreiras. Desde o ano passado, muitos estados deixaram de cobrar a Substituição Tributária do produto do Rio Grande do Sul, o que permite a comercialização a preço mais competitivo nos principais mercados do País.
Novidades à vista
Vinhos levarão até quatro anos para chegar ao varejo
/EMERSON ROBEIRO/DIVULGAÇÃO/JCA informação é um desafio aos ansiosos, mas a verdade é que os grandes vinhos tintos e mesmo os brancos mais estruturados da safra 2020 não serão degustados antes de três ou quatro anos. Mas calma. Em pouco tempo, já se poderá encontrar lançamentos nas prateleiras, com uma amostra do que a natureza preparou, em conjunto com os enólogos. Os brancos jovens e os espumantes serão os primeiros a dar o ar da graça. Confira algumas dicas:
Miolo Wild Gamay
Um dos únicos tintos 2020 que já está no mercado, é elaborado com a uva gamay, variedade francesa que se caracteriza pelo amadurecimento precoce e por dar origem a um vinho leve, jovem e frutado. Projeto inovador da Miolo, foi feito pelo método ancestral de fermentação espontânea com leveduras selvagens, naturais do próprio vinhedo, e sem adição de sulfitos.
Guatambu Veste Amarela Chardonnay
Batizado com o nome de um pássaro endêmico do Bioma Pampa em risco de extinção, este vinho é um experimento da vinícola, que macerou a uva até que se atingisse a cor alaranjada. Isso significa que não há adição de corantes. O pássaro que batiza o rótulo costuma voar livremente em bandos na reserva de proteção ambiental da Estância Guatambu.
Aurora Moscatel
Um dos produtos pelos quais o Rio Grande do Sul é reconhecido mundialmente é o espumante moscatel. Segundo o enólogo-chefe da Vinícola Aurora, Flavio Zilio, a família das uvas moscato teve a maior vantagem nessa safra. Como são de amadurecimento tardio, muitas vezes, sofrem com limitação de teor de açúcar. Neste ano, porém, elas amadureceram perfeitamente. O resultado estará nas prateleiras em breve.
Novos projetos revelam potencial gaúcho
Almoço na Vinícola Guatambu, em Dom Pedrito: região da Campanha mostra seu potencial
RODRIGO ALVES VIEIRA /DIVULGAÇÃO/JCResponsável pelo maior volume de vinho produzido no Rio Grande do Sul, a serra gaúcha já divide o protagonismo com outros pontos do território que, ao longo dos últimos anos, vêm se revelando muito apropriados para a atividade. O exemplo mais avançado disso é a Campanha. Fundada em 2010, a Associação Vinhos da Campanha já conta com 16 vinícolas-membros – e ainda há estabelecimentos fora da entidade. Com clima seco e grande amplitude térmica na época da vindima, a região é apontada por especialistas como ambiente ideal para o cultivo de uvas viníferas, especialmente as tintas.
Um dos projetos que ilustra a evolução dos vinhos na região é a Guatambu Estância do Vinho, vinícola fundada em 2003, com a implantação dos vinhedos em Dom Pedrito. A propriedade dedicada à pecuária e à agricultura encontrou na viticultura um caminho para diversificar sua produção. Hoje, além de comercializar em todo o País os seus mais de 20 rótulos, a vinícola aposta no projeto de enoturismo para mostrar ao público o potencial da Campanha. Em almoços harmonizados, além de provar os vinhos, o visitante também saboreia a carne produzida na propriedade, proveniente das raças Hereford e Braford. “É difícil medir o efeito imediato do enoturismo, mas, desde que inauguramos o receptivo, nossas vendas vêm crescendo ao menos 10% ao ano. Quando as pessoas conhecem o trabalho familiar, o investimento na preservação do campo, a produção sustentável de uvas, elas criam uma relação de afeto e fidelidade com a marca”, comenta a enóloga Gabriela Pötter, sócia da Guatambu.
Outro terroir que vem ganhando destaque com novos projetos é a Serra do Sudeste, onde iniciativas surpreendentes revelam a versatilidade do solo gaúcho. Em Mariana Pimentel, cidade a 76 quilômetros de Porto Alegre, cerros de solo granítico que variam de 250 a 500 metros de altitude são o berço de um projeto cheio de paixão e qualidade. Próximo o suficiente da Lagoa dos Patos para se beneficiar da sua brisa fria, mas protegidas da umidade excessiva, as videiras da Vinícola Cárdenas dão origem a duas séries de rótulos tintos e uma linha premium de espumantes. A primeira safra foi a 2013. Hoje, a vinícola produz entre 80 e 100 mil garrafas por ano e se prepara para inaugurar a estrutura para receber visitantes. “Fizemos testes com mais de 60 castas para entender quais se adaptavam melhor ao território. Por isso conseguimos aproveitar ao máximo o que o vinhedo nos oferece em uma safra excelente como a de 2020”, afirma Renato Cárdenas, proprietário da vinícola.
E se as características particulares de cada região pudessem se misturar? É exatamente essa a proposta da vinícola Família Bebber, que tem sede em Flores da Cunha mas não possui vinhedos próprios. Desde a fundação, em 2014, a ideia sempre foi comprar matéria-prima de excelência de produtores selecionados em várias partes do Rio Grande do Sul. Hoje, os rótulos da marca são feitos com uvas da Serra, da Campanha, da Serra do Sudeste e de onde mais houver produto de qualidade. “Queremos ter vinhedos próprios um dia, mas não é nossa intenção plantar mais do que 50% da demanda. Sempre teremos fornecedores parceiros, pois isso nos dá mais opções e equilíbrio”, comenta o enólogo Felipe Bebber, sócio da vinícola. Segundo ele, o projeto sempre foi produzir vinhos que conquistem o consumidor brasileiro – o que fica bem mais fácil tendo à mão o melhor das uvas de regiões variadas do Estado.
Fonte: Jornal do Comércio