Alejandro Cardozo aponta a qualidade do vinho brasileiro e adianta a entrada de vinícolas multinacionais no país em alguns anos

Alejandro Cardozo aponta a qualidade do vinho brasileiro e adianta a entrada de vinícolas multinacionais no país em alguns anos

(a Guatambu, na Campanha Gaúcha, foi um dos exemplos de vinícolas de qualidade citadas pelo enólogo)

Sabemos que tem muita gente que pensa que degustar vinho o dia todo é sempre bom. Mas não é bem assim. É cansativo, é sim. Quem diz isso não somos nós, é o Alejandro Cardozo, enólogo uruguaio que está no Brasil há cerca de 20 anos. Cardozo nos contou isso durante uma conversa no Brasil de Vinhos RECEBE, depois de uma degustação de aproximadamente 40 vinhos: um dia quase normal de trabalho. Detalhe: Alejandro degusta tudo de pé, fazendo anotações no papel, dispensa o computador. “Sou velho”, brinca ele, “gosto de anotar”.

Consagrado como enólogo do ano em 2021, Alejandro Cardozo é um personagem conhecido no mundo dos vinhos. Vencedor de inúmeros prêmios e concursos, o ‘mago das leveduras’ presta consultoria para vinícolas argentinas, uruguaias, chilenas e, claro, brasileiras. “Cada empresa tem o seu estilo de vinho, e é muito importante respeitar”, diz ele sobre o desafio de atender um público diverso.

Hoje o profissional conta com 40 projetos de supervisão em andamento, além de sua própria empresa, a EBV Urban Winery. Cardozo também é sócio da Paa! Espumoso Natural, empresa uruguaia, e da Estrelas do Brasil, que elabora vinhos diferenciados – principalmente espumantes.

A quantidade de projetos aos quais se dedica o possibilita transitar por diferentes tipos de terroirs, além de degustar inúmeros rótulos. “Nossa empresa não é normal, temos muitas situações de vinhos todos os dias” diz o enólogo.

No vinho não há certo ou errado. Esta frase – ou esta ideia – foi transmitida por Cardozo mais de uma vez durante a entrevista. O resultado final depende do posicionamento, do público e do preço que aquele rótulo terá na ponta. “Os Sauvignon Blanc extremamente aromáticos, mas fracos em boca, por exemplo, são produtos que se posicionam até certo valor”, argumenta. “Mas se estes vinhos estão mais voltados à boca e a construção de acidez, com notas de nariz e a boca potente, podemos dizer que eles ‘jogam em outro campeonato’, sobem a escala”, esclarece.

Cardozo compartilhou suas perspectivas acerca da vitivinicultura em nosso país, detalhando diversos elementos que contribuíram para o desenvolvimento do setor, sempre enriquecidas pela sua ampla experiência, que possibilita diversas interpretações de cada produção, com uma percepção acerca de todo o período de vinificação extremamente detalhada.

Sobre a possível vinda de multinacionais para o Brasil, o enólogo explica, entusiasmado: “O Brasil tem área disponível, água, conhecimento, pessoal preparado”.  E completa “É inevitável que isso aconteça em seguida. Sem contar que temos um mercado muito grande: todo mundo quer vender aqui”

Para conhecer estes e outros valiosos insights de Alejandro, clica aqui e confere a entrevista completa.

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Foto: vinícola Guatambu, em Dom Pedrito, crédito Rodrigo Alves Veira

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