Os benefícios do vinho para a saúde e os desafios enfrentados pela cadeia produtiva vitivinícola no Brasil foram debatidos nesta terça-feira, 8 de julho, em audiência pública na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados. A iniciativa partiu do deputado Rafael Simões (União-MG) e reuniu parlamentares, especialistas e representantes de entidades do setor.
Entre os convidados estavam a biomédica Caroline Dani, presidente da Associação Brasileira de Sommeliers no Rio Grande do Sul (ABS-RS); os produtores Claudio Góes, presidente da Associação Nacional de Produtores de Vinhos de Inverno (ANPROVIN) e Daniel Panizzi, presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA); Fernanda Spinelli, representante da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV); e o cardiologista Jairo Monson. Presentes ainda os deputados Luiz Ovando (PP-MS), Osmar Terra (MDB-RS), Guilherme Pasin (PP-RS) e o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), além de profissionais da vitivinicultura nacional.
Os representantes das entidades reforçaram a necessidade de reconhecer o vinho como produto cultural e de valor regional. Também defenderam a revisão da carga tributária, medidas de combate ao contrabando e à falsificação, a inclusão do vinho em políticas públicas de saúde e cultura alimentar, e a proteção à produção nacional em acordos internacionais, como o tratado Mercosul-União Europeia.
Setor estratégico
O presidente da UVIBRA, Daniel Panizzi, chamou atenção para o impacto econômico da atividade no país. “São mais de 90 mil empregos diretos e 15 mil pequenas propriedades em 17 estados. A vitivinicultura movimenta economias locais e sustenta famílias”, destacou. Panizzi também criticou a disparidade tributária em relação aos rótulos importados: “A diferença é insustentável. Precisamos de condições reais de competitividade”.
Fernanda Spinelli, representante brasileira da OIV, enfatizou o papel do Brasil na inovação e pesquisa vitivinícola. “Somos um dos países que mais apresenta estudos científicos nos congressos da OIV. Temos terroirs únicos e técnicas como a Dupla Poda, que mostram nossa diversidade e potencial”, afirmou. Para Fernanda, o vinho é mais que bebida: “É cultura, história e tradição. A cadeia envolve turismo, agricultura e desenvolvimento rural”.
Saúde e ciência
Caroline Dani reforçou os benefícios do consumo moderado de vinho, citando estudos que apontam para uma redução de até 50% no risco de doenças cardiovasculares. “Isso se deve, principalmente, à presença dos polifenóis, compostos bioativos da uva”, explicou. O cardiologista Jairo Monson acrescentou que o vinho precisa ser diferenciado de outras bebidas alcoólicas. “É uma solução hidroalcoólica complexa, com cerca de mil substâncias, incluindo antioxidantes e antibióticos naturais. Seu impacto na saúde é único”, argumentou.
A expectativa é de que os encaminhamentos da audiência sirvam de base para a criação de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da vitivinicultura brasileira, integrando saúde, economia, cultura e sustentabilidade.
Assista a audiência na íntegra neste link.
Fotos: Assessoria de Imprensa da Câmara dos Deputados
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