Ah, Minas Gerais, terra da cachaça, do queijo, do doce de leite e do…vinho! Além de famosa por suas montanhas, paisagens e patrimônio histórico de cidades coloniais como Ouro Preto e Tiradentes, poucos sabem, mas a região tem uma tradição vitivinícola de mais de 200 anos.

O estado de rica cultura tem ganhado cada vez mais espaço no mapa do vinho brasileiro, se destacando por rótulos de qualidade e destinos enoturísticos. E uma das responsáveis por ajudar a alavancar essa ascensão é Denise Alves Pereira, convidada do Brasil de Vinhos RECEBE.

Graduada em turismo e comunicação social, Denise é sommelier formada pela Associação Brasileira de Sommeliers de Minas Gerais (ABS-MG) e tem formação em wine business pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além disso, recentemente lançou o e-book ‘Enoturismo em Minas Gerais’ (capa acima), no qual compartilha experiências, percepções e dados sobre o mercado mineiro de vinhos.

O interesse de Denise pelos vinhos começou a surgir em uma degustação realizada no ano de 1986, mas foi dentro da sala de aula do curso de sommellerie que seus olhos brilharam de verdade.  Uma de suas instrutoras na época, Isabela Peregrino – personagem já conhecida aqui no Brasil de Vinhos RECEBE – apresentou um rótulo da vinícola Primeira Estrada (vinícola de Minas Gerais, de propriedade de Murillo Regina, o criador da técnica da Dupla Poda). “Eu servi, provei, e depois a garrafa foi para o outro lado da sala e eu fiquei olhando para ela de longe e pensei: ‘Que coisa é essa? Isso é demais!’, relembra Denise.

O rótulo em questão era um Syrah. Depois disso Denise nunca mais percebeu o estado da mesma maneira: “foi ali que realmente me apaixonei pelos vinhos mineiros, fiquei interessadíssima em conhecer mais o que era aquilo, o que estava acontecendo”.

Hoje, já especialista, Denise destaca a importância de promover o enoturismo de uma maneira integrada, não apenas vendendo vinho, mas o destino como um todo. Seu livro lista mais de 100 vinícolas espalhadas por Minas Gerais, com 24 destinos turísticos diretamente relacionados à bebida.

Em uma análise aprofundada do setor, Denise menciona que o enoturismo vai além das visitas às vinícolas e degustações de vinhos: pode incluir passeios, hospedagem e até mesmo o turismo de aventura, oferecendo uma gama diversificada de experiências. Segundo ela, a democratização da prática é essencial, e deve conter opções para diferentes perfis de visitantes, desde os mais exigentes até os que buscam uma experiência mais acessível – uma maneira de popularizar o mercado.

Durante quase uma hora de conversa, a autora assegura que o caminho para construir uma cultura vitivinícola nacional robusta deve explorar a excelência dentro de sua própria identidade. “Nós temos que vender que o vinho é um vinho brasileiro, que é um vinho produzido no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul”, destaca.

No dia 1º de agosto, ao vivo, às 19h30, pelo canal do YouTube, o Brasil de Vinhos RECEBE Marco Antônio Palhano, chefe do setor de enfrentamento aos crimes transfronteiriços e conselheiro representante da Polícia Rodoviária Federal no Conselho Nacional de Combate à Pirataria e aos Delitos Contra a Propriedade Intelectual para falar sobre contrabando e descaminho.

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