Se vista de cima de Brasília é uma grande área verde, no solo a capital federal é de uma aridez suntuosa, pelo menos na região do poder. As largas avenidas, os gigantescos prédios-monumentos criados pela imaginação e talento das linhas de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, as áreas bloqueadas aos pedestres e a presença da força policial em alguns locais, como o Supremo Tribunal Federal não deixam transparecer o que encontramos a menos de 100 quilômetros dali. E fica ainda mais impressionante esse contraste à medida em que fazemos o percurso entre a Asa Norte, onde fica localizado o hotel em que nos hospedamos, e a região do PAD-DF, que sedia o parque tecnológico Ivaldo Cenci, palco da Expovitis, que teve sua segunda edição em junho de 2025.
Mais do que uma feira, a Expovitis é uma festa. Uma festa que é palco do reencontro de amigos, de abraços apertados, de sorrisos antes separados pelas distâncias. Uma festa que comemora – e com razão – uma importante mudança na viticultura brasileira, uma festa que comemora o que tantas vezes repete o enólogo Vagner de Vargas Marchi: “no momento o Brasil é o único país do mundo que consegue trabalhar com três formas de manejo de viticultura muito distintos: a tradicional, a tropical e a Dupla Poda, também conhecida como Colheita de Inverno”.
E podemos, por que não, dizer que foi esse sistema – o da Dupla Poda que começou a ser desenvolvido no Brasil no início dos anos 2000 a partir das pesquisas e estudos de Murillo de Albuquerque Regina e Marcos Arruda Vieira – que originou a Expovitis. Senão a Expovitis com certeza o movimento em torno da uva e do vinho que resultou na vinícola Brasília, o estopim do movimento que acontece na região do Cerrado de Altitude. Um levantamento realizado pela Associação Cerrado de Enoturismo, por exemplo, aponta pelo menos 60 empreendimentos ligados ao Enoturismo na região – a maior parte deles com vinhedos já implantados ou em implantação, muitos em produção. Nos três dias que estivemos em Brasília e região pudemos conhecer diversos exemplos do que tem sido feito por lá, uma região onde a cultura da uva e do vinho anda lado a lado com a pesquisa e com a ciência, e que está ajudando a levar o vinho produzido no Brasil a cada vez mais brasileiros.
Te convidamos a viajar conosco aqui pelo site do Brasil de Vinhos, e assim conhecer um pouco mais dos vinhos do Cerrado de Altitude.
Fotos: Lucia Porto | Brasil de Vinhos
O Brasil de Vinhos esteve na Expovitis a convite da organização da feira.
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