Uma operação conjunta do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Polícia Civil do Paraná resultou na descoberta e interdição de uma fábrica clandestina de vinhos na zona rural de Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba. Durante a ação, foram apreendidos aproximadamente 32 mil litros de vinho fraudado, envasados em 16 mil garrafas prontas para venda local, além de 16,5 mil embalagens vazias. A fábrica misturava suco, álcool e corante, enganosamente rotulando o produto como “vinho colonial gaúcho”, supostamente produzido em Caxias do Sul (RS). O responsável pela fábrica foi encontrado no local e preso em flagrante e deverá responder por falsificação de produtos alimentícios.
O chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Paraná (SIPOV/PR), Fernando Mendes, relatou que o Mapa já havia fiscalizado esse grupo que comercializava produtos adulterados nas margens das rodovias, resultando em várias apreensões comerciais. Agora, com a colaboração da Polícia Civil do Paraná, conseguiram identificar a unidade de produção. “Desde 2022, o Mapa realizou diversas ações de fiscalização em estabelecimentos desse grupo que vendia produtos fraudulentos. Essa operação específica foi um desdobramento de ações passadas, o quê permitiu ao Mapa, em conjunto com a Polícia Civil, chegar à fábrica clandestina de vinho”, conta Fernando. “O trabalho que vinha sendo feito envolveu fiscalização, autuação, coleta de amostras, apreensão de produtos e resultou em 28 processos administrativos contra o grupo empresarial no Mapa”.
Para Fernando Mendes, essa operação de fiscalização tem dois importantes desdobramentos: os perigos à saúde do consumidor e a concorrência desleal com o mercado. “O primeiro é relacionado à saúde do consumidor. Produtos produzidos com condições de higiene sanitária precária e matérias-primas de origem desconhecida, sem controle de qualidade e sem rastreabilidade. Outro ponto que é importante destacar é a perturbação que esse tipo de estabelecimento provoca no mercado; têm vinícolas tradicionais no Paraná, produzindo produtos de excelente qualidade que precisam competir com esses produtos fraudados, adulterados”, explica.
Claudinei Bertoletti, presidente da Associação dos Vitivinicultores do Paraná (Vinopar), ressaltou que a fiscalização do Mapa é muito importante para o setor. “Produtos fraudulentos prejudicam a reputação dos vinhos brasileiros, criando concorrência desleal com os que são produzidos dentro das normas e regulamentações do Ministério da Agricultura e que passam por rigorosos processos de controle de qualidade”, argumenta.
foto: reprodução site MAPA
com informações da assessoria de imprensa do Mapa.
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