Safra 2022/2023: o que pode vir por aí

Safra 2022/2023: o que pode vir por aí

A vindima está chegando e as expectativas são altas – e esperar demais nem sempre é bom, sabemos – mas as perspectivas são das melhores. Porém sim, é um risco antecipar os resultados da safra antes que as uvas sejam colhidas e estejam dentro das cantinas.

Eventos meteorológicos inesperados como chuvas de última hora, geadas, tempestades de granizo – ou a nem tão incomum falta de água em períodos críticos – podem frustrar os produtores. Mas por outro lado, o imponderável pode também, em alguns casos, ser o toque que faltava para garantir a qualidade da uva e em consequência do vinho na garrafa, mesmo que isso muitas vezes signifique um menor volume de produção, como aponta grande parte dos produtores com quem falamos.

Mesmo com uma certa prudência, experientes enólogos, vinhateiros e produtores esperam uma bela colheita, diversos deles fazendo referência a safras memoráveis, como a 2018, 2022 ou mesmo a histórica safra de 2020. Mais de um cravou que esta pode vir a ser a melhor da história da vinícola, e os adjetivos ‘excepcional’ e ‘fenomenal’ foram usados mais de uma vez.

Mas nem todas as avaliações são positivas e nem tudo é unanimidade: é preciso ouvir diversos pontos de vista, fazer ponderações, refletir e avaliar as possibilidades.

Entre a última semana de dezembro de 2022 e a primeira de janeiro de 2023, o Brasil de Vinhos ouviu representantes de mais de 30 vinícolas espalhadas pelo país, principalmente na região Sul, onde se concentra a maior parte da produção brasileira e onde a colheita de verão representa a maior parte do volume de uvas colhidas no país – mas produtores de vinhos de inverno também foram questionados.

De forma geral, as geadas tardias que atingiram os pontos mais altos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina causaram uma quebra de produção esperada devido ao fenômeno. No entanto, os vinhedos parecem ter recuperado sua brotação, garantindo a colheita mas atrasando o ciclo. As noites frias e a quantidade de dias nebulosos nos meses de novembro e dezembro parecem ter atrasado o ciclo em até 15 dias em algumas regiões. Além disso, a estiagem que assola o Sul do RS também tem imposto desafios à viticultura praticada na região. Mas tudo isso em nada diminui o otimismo dos produtores, principalmente em relação à qualidade da safra que logo chegará às vinícolas.

Confira abaixo as expectativas dos produtores e algumas fotos de diferentes variedades cultivadas pelo país.

Minas Gerais

“Esperamos uma produção entre 3 e 4 toneladas de uvas na safra de inverno 2023. Será a segunda vindima no vinhedo de 1,6 hectares, o primeiro da Zona da Mata Mineira, com produtos com as variedades Touriga Nacional, Marselan e Tannat, entre as tintas; Alvarinho e Sauvignon Blanc entre as brancas”

Daniel Maia, vinícola Alto do Gavião, Vieira
“De maneira geral o vinhedo do regime de dupla poda se desenvolve bem com casos isolados de míldio. Os ramos estão bem desenvolvidos e vigorosos e tudo indica que a poda de produção, que será feita entre janeiro e fevereiro, ocorrerá dentro do programado. E teremos a vindima de maio a junho para Sauvigon Blanc e julho e agosto para Syrah”

Bruno Caetano Franco, vinícola Cave das Vertentes, Santo Antônio do Amparo
“A considerar o vigor das plantas, acredito que será uma das melhores safras nossas”

Alexandre Damasceno, vinícola Vale do Gongo, Grão Mogol

Paraná

“As expectativas são muito boas. A safra está atrasada mais ou menos 15 dias em função de noites bem frias na região, com mínimas de 11 graus, o que faz com que as uvas amadureçam mais devagar. Apesar disso, acreditamos na quantidade e na qualidade desta safra, que está com a produção dentro do esperado. O clima está correndo bem no que diz respeito à chuva e insolação, e as noites frias garantem a uva por mais tempo no parreiral maturando, ganhando aromas e açúcar. Acreditamos que 2023 trará uma excelente safra, estamos bem animados e ansiosos. Penso que teremos grandes vinhos aqui na região. Do jeito que está correndo penso que será perfeito

Michele Bertoletti Rosso, vinícola Sanber, Bituruna

Santa Catarina

“No geral a safra está muito boa, a qualidade está excelente. Não foi detectado nada de doença até o momento, porém fomos muito prejudicados com a geada no início da brotação e também com a do dia 2 de novembro: foi a mais forte que tivemos em 21 anos, chegando a uma quebra de produção estimada em torno de 40% – imagino que a quebra média da região será próxima a isso. Neste ano estamos com uma amplitude térmica muito similar a 2018 – e isso é muito bom. Estou otimista com a qualidade, consciente da quebra e na expectativa, trabalhando e rezando para que pelo menos o clima não nos pregue mais nenhuma peça até o final da colheita. Temos um bom tempo ainda pela frente. Nos vinhedos de altitude trabalhamos no fio da navalha – é característica da região. Por agora, qualitativamente falando, a expectativa é muito boa. Até o momento está excelente, mas ainda é muito cedo pra contar vitória”

Everson Suzin, vinícola Suzin, São Joaquim

Rio Grande do Sul

Região Metropolitana de Porto Alegre
“Algumas variedades têm muita uva e estão bem sadias, outras vêm com carga baixa. Com a primavera seca apareceu o oídio nas uvas sensíveis. Se o tempo seguir como está, a safra será média na quantidade, mas de qualidade acima, pelo menos em Viamão”

Eduardo Giovaninni, vinícola Quinta Barroca da Tília, Viamão
“Tivemos um início de safra um pouco difícil devido à umidade. Algumas perdas, mas estamos em um momento de pouca chuva, e então teremos uma boa maturação. Eu diria que vamos ter uma safra de muito boa qualidade”

Gabriel Pianegonda, vinícola Pianegonda, Viamão
“Nesta safra teremos uvas de Alto Feliz, com variedades como Rebo e Cabernet Franc, ambas sãs e amadurecendo bem, vindas de um parreiral pequeno e muito bem cuidado

Rubem Kunz, vinícola Vinhos da Rua do Urtigão, Taquara

Serra Gaúcha

“A vindima 2023 promete novamente ser uma linda vindima. Ainda é cedo para definirmos, mas tudo indica pelo clima favorável que vem acontecendo que a colheita seja muito boa. Noites frescas proporcionaram acidez mais elevada e se esperam vinhos bases com excelente potencial. No restante ainda temos que aguardar o desenvolver do clima. Mas em quantidade sim, se espera menos uva num geral, devido à seca de anos anteriores, o que prejudicou a fertilidade das gemas”

Bruno Motter, vinícola Don Guerino, Alto Feliz
“Enquanto aguardamos atentamente e ansiosamente pelos próximos dias estamos organizando toda a logística de colheita para recepcionar essa preciosa matéria-prima”

Gilberto Cargnel, vinícola Vinha Solo, Caxias do Sul
“O clima seco está ajudando na questão das doenças fúngicas, que reduzem em função da baixa umidade. Por outro lado, com a maturação precoce, a síntese dos polifenóis e antocianinas é prejudicada, influenciando por exemplo, na cor das uvas”

Naiana Argenta, vinícola Valparaiso Vinhos e Vinhedos, Barão
A safra 2023 se inicia com excelência. A expectativa para esta safra é de uvas de excelente qualidade e sanidade, com uvas no ponto ideal de maturação e acidez para grandes espumantes”

Leandro Santini, vinícola Casa Perini, Farroupilha
“Entre nossas variedades temos a Isabel, com boa produção de número de cachos, que vieram pequenos e com muitas falhas, apresentando uma maturação irregular. Vem muita uva, mas cachos pequenos e ralos que tendem a fechar, parece que resultará em boa safra em volume. No caso da Niágara Rosada, os cachos têm boa formação, boa maturação e estão sadios: uma safra cheia. Mas o Trebbiano, que está no segundo ano, não frutificou”

Emílio Kunz Neto, vinícola Petronius, Caxias do Sul
“A expectativa de uma belíssima safra, o vinhedo está super sadio, o clima está bastante favorável para uma super safra com uvas sãs e com perspectiva para uma ótima maturação. Estamos tendo boa incidência de sol e chuva na medida certa”

Jean Paulo Raimondi, vinícola Área 15, Bento Gonçalves
“A safra de 2023 está sofrendo bastante com a seca em algumas localidades, e está atrasada em cerca de 15 dias. As uvas estão bem desenvolvidas e com uma sanidade muito boa. A expectativa de qualidade da uva é grande, principalmente nas variedades precoces que já estão em início de colheita – Chardonnay e Pinot Noir. O tempo seco, com muitos dias de calor e noites frias, mantém frescor, acidez e uma maturação uniforme das bagas. Para as uvas de ciclo mediano e tardio, temos que esperar como vai se comportar o clima. Caso tenhamos apenas chuvas esparsas, com baixa frequência também podemos deduzir que será de ótima qualidade para variedades como Cabernet Franc, Sauvignon, Merlot e Tannat, citando apenas as mais conhecidas. Por enquanto tudo indica a produção não será muito alta, ficando em torno da média histórica de colheita”

Eduardo Semler Dorigon, vinícola Casa Dorigon, Bento Gonçalves
“A maturação e sanidade estão espetaculares até aqui”

Ramiro Iribarrem, vinícola Bodega Iribarrem, Bento Gonçalves
“Nossa parcela de Chardonnay, no coração do Vale dos Vinhedos, em Garibaldi, já está em fase final de maturação e com sanidade perfeita. Vai ficar um Chardonnay fenomenal

Mateus Batistello, vinícola Dom Bernardo, Garibaldi

Altos de Pinto Bandeira

“Se o clima não apresentar nenhuma mudança drástica teremos novamente mais uma excelente safra, comparada às 2020, 2021 e 2022 que foram perfeitas! Falando em quantidade tivemos uma perda: da variedade Chardonnay, em função das geadas tardias que tivemos em Pinto Bandeira. Falando pelo setor, estimo que deveremos ter uma colheita com quantidades muito próximas à 2022. Até o momento estamos muito satisfeitos com a qualidade observada e estamos torcendo para que as condições climáticas continuem colaborando: com matéria prima de qualidade conseguiremos produzir vinhos de qualidade e com menor intervenção”

Daniel Panizzi, vinícola Don Giovanni, Pinto Bandeira

Altos Montes

“Pelo que se percebe a quantidade de uvas é inferior à de 2022 devido a primavera fria, porém isso não implicou na baixa de qualidade, pelo contrário. Com a diminuição de quantidade e seguindo o comportamento climático do mês de dezembro a agora início de janeiro, teremos uma maturação lenta com concentração de aromas para as brancas e taninos para as variedades tintas.  Os dias estão muito bons, secos e com uma ótima amplitude térmica.  Se continuar assim teremos sem dúvidas uma belíssima safra novamente

Edegar Scortegagna, vinícola Luiz Argenta, Flores da Cunha
“Tivemos uma queda de produção neste ano devido às geadas tardias que aconteceram nos meses de setembro e outubro, comprometendo a produção das variedades precoces como Chardonnay e Pinot Noir. Existe uma grande expectativa sobre a qualidade das uvas mais tardias, especialmente pelo comportamento do tempo que está um pouco mais seco, com poucas chuvas e noites um pouco mais frias, condições muito parecidas com a boa safra de 2020. Já se desenha uma boa safra para esse ano, pouco menor em quantidade, mas de muita qualidade principalmente para variedades finas, repetindo o que temos visto nos últimos anos. O próximo mês será determinante pois os grãos vão começar a ‘pintar’ e teremos uma resposta em relação a acidez do fruto, o que é fator determinante para a fase de amadurecimento e determinação da longevidade em vinhedo. Mas posso dizer que estamos bem positivos quanto ao andamento”

Janaina Massarotto, vinícola Marzarotto, Flores da Cunha
“Estimamos uma boa safra para 2023, com produção menor e maior concentração na fruta. Vamos aguardar o comportamento do tempo para podermos ter o máximo de amadurecimento da uva”

Graziela Maria Boscato, vinícola Caetano Vicentino, Nova Pádua
“Esperamos uma belíssima safra, com qualidade muito boa e perfil de maturação muito bom, especialmente na região dos Altos Montes. Temos tido chuvas pontuais, precipitação pluviométrica baixa para o período, dias bem quentes e noites bem frias: temos boas expectativas para essa reta final”

Felipe Bebber, vinícola Bebber, Flores da Cunha
“A safra de 2023 está vindo bem parecida com a de 2022 com uma qualidade bem alta, o frio não afetou muito, principalmente as castas tintas. As brancas sofreram um pouco com a geada em algumas regiões. Mas para as tintas está sendo muito bom. Por enquanto as chuvas estão no momento certo e a questão de bastante sol, então está sendo bastante equilibrado. Ainda a amplitude térmica, de dia muito calor e à noite 14º ou 15º, isso é espetacular para as uvas – estrutura, acidez, fruta, açúcar. Por enquanto caminha pra ser bem parecida com 2022, por questões do clima, chuva na hora certa e bastante sol”

Giovani Fabian, vinícola Fabian, Flores da Cunha

Campos de Cima da Serra

“Temos a expectativa de mais uma safra de excelente qualidade em função da previsão de clima mais seco que a média, porém não tanto quanto na safra 2022. Teremos uma quebra no que se refere a quantidade a ser colhida, em função do impacto das geadas tardias. Além disso tivemos também um mês de julho atípico, com temperaturas elevadas. Por este motivo tivemos a incidência de frio tardio incluindo geadas, que ocasionaram a queima de brotos produtivos das variedades mais precoces. No nosso caso o maior impacto ocorreu com as variedades Pinot Noir, Chardonnay e Teroldego. Estimamos colher entre 15% a 20% de uma safra normal destas variedades”

Rodrigo Sozo, vinícola Sozo, Vacaria

Região Central

“Estamos prevendo nossa melhor safra, tanto em volume quanto em qualidade. As variedades que estão sofrendo com a seca estão sendo irrigadas e complementadas. Mas no geral as uvas estão maravilhosas. Nosso enólogo italiano esteve no vinhedo em final de novembro e ficou impressionado com a qualidade da uva e do parreiral, bem como com a possibilidade de fazer grandes vinhos que teremos nesta safra. Estamos muito esperançosos, estamos prevendo uma safra fenomenal. Mas para isto é preciso acabar bem, conduzir bem até o final”

Wesley Lacerda, vinícola Domus Mea, São João do Polêsine

Serra do Sudeste

“Estamos com previsão de colheita na segunda quinzena de janeiro, começando por Chardonnay, Pinot e Riesling, para base espumante. Vinhos tranquilos, como Merlot, Touriga, Ancellota, Cabernet Sauvignon, Viognier e Sauvignon Blanc esperamos começar na primeira semana de março. Tivemos um inverno rigoroso, com bastante horas de frio, o que ajudou muito para brotação uniforme. Além de uma excelente brotação, estamos tendo pouquíssima, quase zero, proliferação de míldio e outras doenças da videira por conta de um clima mais seco. Mas por outro lado isso também é preocupante, pois a seca está cada vez mais intensa, o que prejudica alguns variedades com menos enchimento das bagas, além disso alguns casos podem ter um colheita precoce por conta de uma desidratação. Mas esperamos uma boa safra, de qualidade e quantidade”

Mario Lucas Ieggli, vinícola Bodega Czarnobay, Encruzilhada do Sul
“Estamos com previsão de colheita na segunda quinzena de janeiro, começando por Chardonnay, Pinot e Riesling, para base espumante. Vinhos tranquilos, como Merlot, Touriga, Ancellota, Cabernet Sauvignon, Viognier e Sauvignon Blanc esperamos começar na primeira semana de março. Tivemos um inverno rigoroso, com bastante horas de frio, o que ajudou muito para brotação uniforme. Além de uma excelente brotação, estamos tendo pouquíssima, quase zero, proliferação de míldio e outras doenças da videira por conta de um clima mais seco. Mas por outro lado isso também é preocupante, pois a seca está cada vez mais intensa, o que prejudica alguns variedades com menos enchimento das bagas, além disso alguns casos podem ter um colheita precoce por conta de uma desidratação. Mas esperamos uma boa safra, de qualidade e quantidade”

Mario Lucas Ieggli, vinícola Bodega Czarnobay, Encruzilhada do Sul

Alto Uruguai

“Tivemos dias muito quentes e noites bastante frias na fronteira Norte do estado, junto à Argentina e próximo ao rio Uruguai. A amplitude térmica ajudou as uvas a terem bastante cor, aromas e sabores. Tivemos também períodos de chuvas curtos, suficientes para manter as plantas vivas e saudáveis”

Jéssica Hilgert, vinícola Casa Tertúlia, Três de Maio

Campanha Gaúcha

“O ano está parecendo que será muito bom. Na Campanha Gaúcha tem uma leve estiagem, pasto amarelado, mas o vinhedo está com um vigor muito bom, estamos com uma boa expectativa de safra em termos de qualidade. A quantidade será normal. Fizemos poda verde, desfolha, raleio de cachos para tirar o excesso de produção porque o foco é qualidade”

Giovani Silveira, vinícola Batalha, Bagé
Em 2023 teremos uma safra muito boa e com mesma quantidade que 2022. Talvez um pouco maior nas uvas Chardonnay do que em nossas Cabernet Sauvignon. O regime de chuvas foi próximo ao normal, com uma precipitação boa e equilibrada, o que irá possibilitar uma sanidade perfeita das uvas e uma ótima colheita. Tivemos também altas temperaturas e muita luz e sol em Rosário do Sul: esta temperatura elevada também favorecerá a concentração de açúcares nas uvas. E apesar de muito calor, a presença de noites frias na região vai facilitar a manutenção da acidez nas frutas”

Julio Gostisa, vinícola ReD, Rosário do Sul
“Do ponto de vista climático esperamos poucas chuvas até meados de fevereiro, e pelo menos mais duas ondas de calor – o importante é que estas não sejam muito fortes no momento da maturação. Este cenário irá impactar os vinhedos de forma diferente dependendo das castas, nutrição da planta e idade. Os nossos vinhedos têm mais de 20 anos e, portanto, um bom sistema radicular: nossas variedades são tardias e nossos tratamentos olham a nutrição da planta como um todo. No nosso caso esperamos uma boa safra 2023 com concentração de aromas e sabores

Victoria Zara Mércio, vinícola Estância Paraizo, Bagé
“Na nossa opinião, a situação dos vinhedos da região da Campanha não é das melhores. Estamos passando por uma estiagem que iniciou em meados de novembro e vem se agravando a cada dia que passa. Os vinhedos que são irrigados estão excelentes, mas a maior parte não tem irrigação e está sentindo fortemente os efeitos do déficit hídrico. O resultado vem em cachos com bagas menores, com maior teor sólido e menor líquido. As frutas apresentam maior concentração de cor e açúcar, o que aparentemente é bom; mas menor acidez, o que é ruim. A baixa acidez torna as uvas mais sensíveis ao sol – o chamado efeito de cozimento. As uvas brancas e as tintas mais do cedo, já estão sentindo bastante. Em média, teremos menor produção por área. A menor acidez provocada pelo calor e falta de umidade pode gerar vinhos de menor longevidade, pois a aparente maior estrutura poderá se perder. Assim, poderemos ter vinhos com grande teor de álcool, mas pouca estrutura para acompanhar. Essa é a nossa opinião, que pode divergir de muitos por aí”

Marcos Obrakat de Mello Olmedo e Javier Gonzalez Michelena, vinícola Pueblo Pampeiro, Santana do Livramento

Todas as fotos foram enviadas pelas vinícolas citadas. As fotografias dos vinhedos da Valparaiso Vinhos e Vinhas foram feitas por Daniel Schuur

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