Três rótulos de Dupla Poda entre os 16 mais representativos na Avaliação Nacional de Vinhos

Três rótulos de Dupla Poda entre os 16 mais representativos na Avaliação Nacional de Vinhos

“A Avaliação está cada vez mais nacional”, a frase, repetida pelo enólogo Mario Lucas Ieggli, presidente da Associação Brasileira de Enologia, progressivamente vem se confirmando. Na 33ª edição da Avaliação Nacional de Vinhos, realizada no dia 25 de outubro de 2025, em Bento Gonçalves (RS), dois rótulos do Distrito Federal – Maná Terruá, da vinícola Ercoara; e Marselan Superiore, da Villa Triacca – e um de São Roque, Thésis, da Philosophia Wine – estiveram entre as 16 amostras mais representativas da safra 2025 – três rótulos de inverno, produzidos a partir do Sistema de Dupla Poda. “É a primeira vez que isso acontece”, diz Ieggli, “é histórico”, complementa.

Essa gradativa alteração no perfil da amostragem se reflete também na presença de público na cerimônia de divulgação das amostras da safra. A tarde/noite da ANV que reuniu produtores, enólogos, sommeliers e interessados no mundo do vinho tem cada vez mais sotaques que podem ser percebidos: grandes grupos de diversas regiões produtoras do país estiveram presentes.

Do Rio de Janeiro, estado que vem se destacando pelas suas novas vinícolas, grande parte delas já nascendo com foco muito dirigido ao enoturismo e também em empreendimentos imobiliários, estiveram presentes pelo menos três prefeitos, dos municípios de Maricá, Paraíba do Sul e Areal. Gutinho Bernardes, prefeito de Areal, região que concentra grande parte dos projetos da Serra Fluminense, declarou seu entusiasmo por estar presente e não escondeu um dos objetivos da sua vinda: “queremos conhecer de perto o que os gaúchos já fazem tão bem por aqui”, disse. Da região também estavam presentes Ideraldo Machado, Marcelo Rozental e Laura Tassinari, representantes da Associação dos Viticultores das Serra do Rio de Janeiro e respectivamente produtores das vinícolas Vale dos Desejos, Casa Rozental e Tassinari, além de Leonardo Cury, reitor da Universidade Livre do Vinho, instituição que será implementada na Serra do Rio de Janeiro.

São Paulo também marcou presença com um grupo da região de Campinas e arredores, liderada por Gabriel e Adriano Penteado, da Casa Vinet, de Amparo. Claudio Góes, presidente da Anprovin, e produtor com as vinícolas Góes e Philosophia Wine também esteve presente na ANV.

Um grupo de Brasília também esteve por lá, entre eles Ronaldo Triacca, Rodrigo Sucena, Bebeto Araújo e Mara Flora Krahl, representando as vinícolas Villa Triacca, Ercoara e a Associação Brasileira de Enoturismo. Minas Gerais teve a presença de Heloisa Bertolli, uma das comentaristas da Avaliação.

Isso cada vez mais traz para a realidade as palavras do enólogo Vagner de Vargas Marchi, que em seu discurso de abertura, apresentando as regiões do Brasil, apresenta nossas diferenças, semelhanças e possibilidades: “nosso país é o único no mundo onde é possível produzir vinhos a partir de três tipos de viticultura: a Tradicional, a Dupla Poda e a Tropical”.

Os dados apresentados, reproduzidos a partir de uma pesquisa da Embrapa, dão conta que hoje o Brasil produz vinhos em 18 estados, além do Distrito Federal, em uma área de vinhedos de 77.042 hectares – 47.013 hectares no Rio Grande do Sul.

As amostras selecionadas

Entre as destacadas, além de São Paulo e Distrito Federal, vinhos de diversas regiões do Rio Grande do Sul – Campos de Cima da Serra, Serra e Campanha Gaúchas. Vale salientar também as medianas altas determinadas pelos enólogos na avaliação de seleção – a maior delas, 95 pontos, ficou com a última amostra da noite, um blend originário da Campanha Meridional, produzido pela vinícola Miolo.

Confira as 16 amostras selecionadas

Vinho base espumante

  1. Pinot Noir – Vinícola Geisse (Pinto Bandeira/RS)
  2. Pinot Noir – Casa Valduga (Bento Gonçalves/RS)

Vinho branco não aromático

  1. Riesling Itálico – Vinícola Gaio (Flores da Cunha/RS)
  2. Chardonnay – Vinícola Gazzaro (Flores da Cunha/RS)

Vinho branco aromático

  1. Sauvignon Blanc – Vinícola Philosophia (São Roque/SP)
  2. Moscato Giallo – Vinícola Grutinha (Caxias do Sul/RS)

Vinho rosé

  1. Cabernet Franc – Vinhos Casacorba (Nova Roma do Sul/RS)

Vinho tinto jovem

  1. Pinot Noir – Cooperativa Vinícola Aurora (Bento Gonçalves/RS)
  2. Rebo – Vinícola Campestre (Vacaria/RS)

Vinho tinto

  1. Marselan – Villa Triacca Hotel Vinícola & Spa (Brasília/DF)
  2. Cabernet Sauvignon – NOVA Vinhos e Espumantes (Flores da Cunha/RS)
  3. Cabernet Franc – Vinícola Don Guerino (Alto Feliz/RS)
  4. Merlot – Vinícola Cerro de Pedra (Candiota/RS)
  5. Tannat – Vinícola Monte Reale (Flores da Cunha/RS)
  6. Cabernet Franc/Syrah/Marselan – Vinícola Ercoara
  7. Touriga Nacional/Tannat/Petit Verdot/Tempranillo/Merlot/Cabernet Sauvignon – Vinícola Miolo (Bento Gonçalves/RS)

Troféu Vitis 2025

Durante a cerimônia a ABE fez a entrega do troféu Vitis 2025: o deputado estadual Guilherme Pasin foi reconhecido como Amigo do Vinho Brasileiro, e Ademir Brandelli, enólogo e ex-presidente da ABE foi agraciado com o reconhecimento Troféu Vitis 2025 Enológico.

 

Foto: Brasil de Vinhos

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