Uma carta só de vinhos brasileiros

Uma carta só de vinhos brasileiros

É o que está fazendo Benoit Mathurin, chef francês que mora há nove anos no Brasil e comanda a cozinha do Esther Rooftop, um dos mais renomados de São Paulo.

O restaurante – que além de Benoit tem Olivier Anquier como sócio – deve ter uma carta 100% brasileira até o final de 2023. Hoje a oferta de vinhos em garrafa tem 56 rótulos – 47 deles do Brasil, entre espumantes, brancos, rosé, tintos e brancos de sobremesa. Há também vinhos em taça: espumantes, brancos e tinto, neste caso todos são brasileiros.

O chef Benoit está implantando no Brasil a filosofia que é comum na França: priorizar os produtos nacionais, desde os pequenos até os grandes produtores. O critério para esta escolha é simples, segundo Benoit: “Escolho bons vinhos”.

Podemos complementar que, além de bons vinhos, Mathurin buscou a diversidade tão presente no Brasil e selecionou rótulos de diferentes estilos e terroirs. Há vinhos de diversas regiões: Vale dos Vinhedos, Serra da Mantiqueira, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, Santa Catarina, Caminhos de Pedra e Serra do Sudeste, entre outras que ainda devem entrar na carta na sequência.

São rótulos que se diferenciam muito entre si, variedades não muito usuais – como a Alexandrouli, uva georgiana cultivada em São Valentim (RS), que resulta no rótulo Velo do Vinho, da vinícola Negroponte. Ou vinhos de guarda como o Prelúdio 2007, um corte de Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc da Vinha Solo, de Caxias do Sul (RS), para citar apenas dois exemplos.

A carta do Esther será toda digital, acessada via QR Code, o que simplifica muito a reposição das garrafas – muitas delas em pequenas quantidades e com estoque limitado. “Poderemos ter sempre rótulos diferentes na casa e desta forma trabalhar com rótulos muito exclusivos”, antecipa Benoit, que afirma que com essa mudança na oferta de vinhos está sendo muito procurado pelos produtores de vinhos brasileiros, o que de certa forma está transformando o chef em uma espécie de ‘embaixador informal’ do vinho brasileiro.

“Tenho recebido muitos rótulos”, explica, “e tenho levado vários destes vinhos para degustar com amigos donos de restaurantes”.

Tomara que estes amigos sejam ‘contagiados’ pelo entusiasmo deste francês pelo Brasil.

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