A complexidade do terroir do Brasil

A complexidade do terroir do Brasil

Guilherme Pinz, na foto em frente a um recorte do solo do vinhedo de Cabernet Sauvignon da Pizzato, no Vale dos Vinhedos, revela a importância da terra aliada à ciência para produção de vinhos

 

O mundo dos vinhos é fascinante e complexo, e todo rótulo de qualidade une pelo menos dois pontos cruciais: ciência e terra. Esse foi o tema do Brasil de Vinhos RECEBE com a presença de Guilherme Pinz, geólogo e sommelier especializado em terroir e geoquímica.

Pinz deu uma entrevista sobre o papel fundamental do terroir na produção da bebida, e qual a importância da ciência neste processo.

Para Pinz, autor do livro ‘Sua excelência, o terroir – o fascinante mundo dos vinhos’, o terroir vai muito além: é compreender a química do solo, com todos os seus minerais essenciais e elementos que afetam o desenvolvimento das uvas, uma ciência que requer um conhecimento profundo e detalhado. Afinal, diferentes solos têm diferentes impactos no sabor e na qualidade de cada variedade.

No Brasil, por exemplo, um país continental, temos uma enormidade de terroirs. O Vale dos Vinhedos é um local conhecido por sua diversidade de solos, propícios para produção de rótulos diversificados. “Um dos exemplos são os vinhedo da vinícola Pizzato, que apesar de estarem localizados dentro de uma rocha vulcânica basáltica, apresentam a complexidade geoquímica do solo”, explica Pinz, que complementa: ”Este é um dos motivos pelos quais os vinhos são tão bons”.

“Costumo dizer que não é você que escolhe a variedade de uva que vai plantar, mas sim, o próprio terroir que ‘toma essa decisão’”, destaca o geólogo ao lembrar que as características locais devem ser cuidadosamente observadas antes da escolha das castas a serem cultivadas. “Existe metodologia científica para isso”, completou.

Pinz citou como exemplo um novo empreendimento para o qual fez consultoria, na Serra da Mantiqueira, cujo solo está quase predominantemente dentro de compartimentos graníticos e metamórficos. “Depois de uma investigação aprofundada posso afirmar que, em breve, a vinícola Alto do Gavião, na Zona da Mata Mineira, poderá ter o melhor Tannat do Brasil”.

Investigações geoquímicas detalhadas em lugares onde se planeja investir são de extrema importância, e devem ser feitas de maneira profunda. “A pesquisa de solo superficial é fundamental, mas entender as camadas profundas é muito importante”, assegura Pinz, que destaca ainda que existem raízes que se aprofundam pelo menos dez metros.

Esses e outros insights sobre a relação complexa existente entre geologia, química e produção vitivinícola podem ser conferidos, na íntegra, nesta fascinante conversa com o especialista que detalha porque o solo é fundamental para quem busca produzir vinhos de qualidade.

 

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