Ampelografia, a ciência das castas

Ampelografia, a ciência das castas

Ampelografia é certamente um termo incomum para os não iniciados no mundo do vinho. Originada do grego “ampelos” (videira) e “grafia” (escrita), a ampelografia é a ciência que descreve variedades de uvas. Utilizando os brotos novos nas videiras, consegue realizar uma distinção precisa entre as castas – uma ferramenta essencial na produção de vinhos finos. Com o uso da tecnologia, esse campo de estudo hoje apresenta uma precisão muito acurada através de análises de DNA.

Eduardo Giovannini, engenheiro agrônomo e professor no Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia no IFRS, em Bento Gonçalves (RS), produz vinhos finos com uvas fora do comum na vinícola Quinta Barroca da Tília, em Viamão (RS) e certamente entende a importância desta ciência. “A ampelografia é fundamental para distinguir variedades de uva com clareza”, explica Giovannini. “Ela nos ajuda a preservar a identidade e a integridade dos vinhos, garantindo que cada garrafa reflita verdadeiramente sua cepa”.

Um dos grandes feitos da ampelografia foi a identificação correta da uva chamada ‘Merlot tardio’ no Chile como sendo, na realidade, a variedade ‘Carménère’, além da ‘Harriague’ do Uruguai, que é a ‘Tannat’. Estas descobertas, além de corrigirem equívocos históricos, revitalizam o interesse e a produção de cepas específicas – o que certamente enriquece a cultura vitivinícola das regiões.

Giovannini também cita a contribuição de Pierre Galet (foto acima. crédito: Emmanuel Perrin), o mais reconhecido ampelógrafo do planeta. “Seu legado ainda ressoa na área, Galet foi responsável por dirimir muitas dúvidas sobre a identificação de uvas”, diz o professor. O campo é certamente vital para o avanço da viticultura e enologia como um todo. Ao fornecer um entendimento mais profundo sobre a variedade das uvas, podemos preservar a diversidade, e qualidade dos produtos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Para quem busca compreender melhor a viticultura, vale conferir o livro Manual da Viticultura, escrito pelo professor Eduardo Giovannini.

Para sugestões de matérias escreva para pauta@brasildevinhos.com.br

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