Brasil cresce, mas números mundiais são negativos para o vinho em 2023 de acordo com a OIV

Brasil cresce, mas números mundiais são negativos para o vinho em 2023 de acordo com a OIV

Com volumes de produção historicamente baixos e preços em alta, 2023 foi definido pelos efeitos persistentes das pressões inflacionárias globais que começaram no ano anterior: o setor global da vinha e do vinho enfrentou desafios alarmantes.  Confira os destaques da pesquisa e os resultados positivos do Brasil. Para ler o relatório da OIV na íntegra, em inglês, clique aqui.

O Brasil

O Brasil aparece com destaque como o país da América Latina onde as áreas de vinhedos crescem significativamente, com um acréscimo de 1,5% na área de plantio, totalizando hoje 83 mil hectares – é o terceiro país do mundo em crescimento real de área plantada, atrás apenas de Rússia e Índia. Argentina e Chile por exemplo, apresentaram quedas em relação a 2022 – no caso do Chile, uma perda importante de 5,6% de área de vinhedos.

Crescemos também no volume de produção de vinho: um ganho de 12% em relação ao ano anterior, engarrafamos 3,6 milhões de hectolitros.

No consumo, de acordo com a OIV, o Brasil teve um ‘notável’ crescimento de 11,6%, atingindo 4 milhões de hectolitros degustados pelo país.

O mundo

Área de superfície de vinhedos

A área de vinhedos do mundo continuou seu declínio, encolhendo 0,5% em relação a 2022, consolidando 7,2 milhões de hectares. Esta tendência de encolhimento, observada pelo terceiro ano consecutivo, foi impulsionada pela remoção de vinhas nas principais regiões vitícolas em ambos os hemisférios.

Produção de vinho

As condições climáticas extremas e doenças fúngicas generalizadas afetaram severamente muitos vinhedos em todo o mundo, culminando em uma produção global de vinho historicamente baixa de 237 milhões de hectolitros, o quê marcou uma queda de 10% em relação a 2022 e representou a menor produção desde 1961.

Consumo de vinho

O consumo global de vinho em 2023 é estimado em 221 milhões de hectolitros, indicando uma diminuição de 2,6% em comparação com os números já baixos de 2022. O aumento dos custos de produção e distribuição, impulsionado por pressões inflacionárias, levou a preços mais altos do vinho para os consumidores, que já lidavam com a diminuição do poder de compra.

Comércio internacional de vinho

O comércio internacional de vinho em 2023 também foi notavelmente afetado pelo aumento dos preços. Embora o volume total de vinho exportado tenha caído para 99 milhões de hectolitros, este foi compensado por um elevado valor de exportação, que atingiu os 36 milhões de euros. O preço médio por litro de vinho de exportação atingiu um máximo recorde de 3,62 euros por litro.

Sobre a OIV

A Organização Internacional da Vinha e do Vinho, organização de referência no mundo da vinha e do vinho, que tem hoje 50 Estados-Membros, países produtores e consumidores de uva e vinho, representando 75% da área vitícola mundial, 87% da produção mundial de vinho e 71% do consumo mundial de vinho, a cada ano apresenta os resultados do período anterior, divididos em quatro grandes blocos e detalhado em uma extensa pesquisa apresentada por John Barker, diretor-geral da entidade.

 

Imagem de topo: vinícola Maturano, em Teresópolis (RJ), na Serra Fluminense, uma das novas regiões da viticultura no Brasil.

Com informações da OIV.

 

Para sugestões de matérias escreva para pauta@brasildevinhos.com.br

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