Brasil de Vinhos RECEBE Benoit Mathurin

Brasil de Vinhos RECEBE Benoit Mathurin

Um francês que tem apenas vinhos brasileiros na carta de seu restaurante, localizado em São Paulo – e vai muito bem, obrigado – quer abrir uma casa de vinhos brasileiros em Paris. Esse é Benoit Mathurin, um cara gente boa que participou do episódio 37 da terceira temporada do Brasil de Vinhos RECEBE.

Os vinhos importados, sabemos, ocupam um grande espaço no mercado brasileiro, são inúmeros os rótulos oferecidos em restaurantes e wine bars, algumas vezes sendo até difícil encontrar produtos nacionais. Mas um o Benoit foi na contramão desse movimento. Com experiência de mais de duas décadas atuando em cozinhas europeias, há dez anos deixou a França e adotou o Brasil como sua casa, e é um grande personagem na valorização dos rótulos brasileiros.

Sócio e responsável pela cozinha do restaurante Esther Rooftop, idealizador do Iaiá Cave Manger e consultor do restaurante Urus, todos em São Paulo, Benoit se entusiasma ao falar dos vinhos produzidos no Brasil.

“A ideia de passar a atuar apenas com vinhos brasileiros surgiu na minha cabeça após a pandemia. Eu pensei: se eu realmente quiser ajudar o país, preciso reforçar meu trabalho com os brasileiros” destacou Benoit, que durante o episódio contou as suas motivações para adotar essa filosofia de valorização dos produtos nacionais – umas delas, claro, seu país de origem.

A França é conhecida por oferecer rótulos do próprio país em seus restaurantes. Benoit contou em detalhes como o choque cultural que encontrou nas terras brasileiras serviu como inspiração para fazer essa mudança. “O Brasil tem castas de diversos lugares do mundo” destacou, como um dos motivos que o ajudaram a concretizar seu projeto. “De uma forma ou de outra, podemos colocar o mundo vitivinícola dentro do Brasil, passando por seus diferentes terroirs”.

A carta do Esther tem hoje 45 vinhos de diferentes regiões do país – um filtro que fez dos 70 iniciais. “Provei tantas coisas boas que nem consegui colocar tudo, tenho a sorte de receber quase só bons produtos”, diz ele. Mas nem tudo, claro, é positivo. O francês encontrou algumas dificuldades, e talvez a principal delas tenha sido o preconceito dos consumidores, acostumados com rótulos importados.

Benoit também é um entusiasta de vinhos naturais, um produto que evoluiu muito desde sua chegada ao Brasil. Durante a conversa, compartilhou suas impressões sobre os rótulos que mais chamam sua atenção neste quesito. “Quando cheguei o público não tinha muito interesse”, relembrou ao contar quais as técnicas utilizadas para atrair atenção dos clientes, “mas com o tempo isso foi mudando”.

As viagens e experiências internacionais que resultam em um olhar estrangeiro acerca das práticas de comércio e produção de vinhos serve como um ponto de partida para todos que buscam entender melhor o mercado interno. Benoit fala sobre preços, rótulos favoritos, regiões produtoras e mais: “O Brasil é tão grande e diverso, estão abrindo vinícolas a cada mês – nem sei dizer qual a casta que mais representa o país, mas me apaixonei por um vinho laranja da uva Lorena, tipicamente brasileira”.

Além de promover o vinho brasileiro internamente, Benoit também tem planos levar os vinhos do Brasil para a França, abrindo um espaço para apresentar o que é produzido aqui – o negócio ainda está em fase embrionária, em fase de estudos de mercado.

Pra saber sobre tudo que relatamos acima com mais detalhes, assista este episódio e já aproveite para se inscrever no canal do Brasil de Vinhos no YouTube.

No dia 9 de maio o enólogo José Machado, mais conhecido como @cienca.enologica, conversa com Luiz Gustavo Lovato sobre sobre ciência enológica e como o conhecimento e diversão podem andar juntos, no episódio 38 do Brasil de Vinhos RECEBE.

Para sugestões de entrevistados escreva para pauta@brasildevinhos.com.br.

 

 

 

 

 

 

 

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