Vinho é destaque no pavilhão da Agricultura Familiar na Expointer

Vinho é destaque no pavilhão da Agricultura Familiar na Expointer

Mais um grande evento nascendo para ser palco da pujança da agropecuária não apenas da região Sul, mas do Brasil como um todo. Considerada por muitos a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, a Expointer chega a sua 47ª edição em um ano marcado pela retomada do Rio Grande do Sul, trazendo como tema ‘Superar é da nossa natureza’. A Expointer será realizada entre os dias 24 de agosto e 1º de setembro no parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

Faz sentido a primeira coisa que vem à mente quando se pensa em Expointer ser os grandes animais e as máquinas, mas há muito mais a ser conhecido. O vinho sempre foi muito presente e, ano após ano, cada vez ganha destaque no pavilhão da Agricultura Familiar, que em 2024 completa 25 anos de existência, nesta edição com a participação de 413 empreendimentos de 181 municípios.

E quando falamos em vinhos e Agricultura Familiar não, não estamos falando apenas de vinhos coloniais, suaves, os vinhos de mesa carinhosamente chamados de “garrafão”. “O pavilhão da Agricultura Familiar é onde muitas vezes as pessoas têm o primeiro contato com o vinho”, diz a enóloga Daniela Zottis, que faz um convite: “prestigiem e degustem vinhos finos, têm algumas indústrias que só levam vinhos finos”, diz. “Muitas pessoas ainda têm aquela ideia de que no pavilhão da Agricultura Familiar só é possível provar vinhos de mesa, com uvas como Bordô e Isabel, por exemplo, mas isso não é mais assim”, completa a enóloga.

Contato entre produtor e consumidor

E não é mesmo. Em 2023, em uma passada rápida pelo pavilhão pudemos degustar belos rótulos, de mesa e finos, entre eles o Peverella produzido pela vinhos Foresti, de Pinto Bandeira, que estará novamente na Expointer em 2024. E uma das melhores coisas que há no mundo do vinho, certamente é poder degustar um rótulo apresentado e oferecido pelo produtor, como foi o caso. É pelo sorriso de Vanius Foresti (foto acima) é perceptível notar que ele gosta muito do contato com quem aprecia vinho.

“Os consumidores que visitam o pavilhão da Agricultura Familiar encontram a cultura e a dedicação de várias gerações de agricultores nos vinhos ali expostos”, afirma Douglas Cenci. “São produtos que traduzem o que há de melhor em sua cultura, nas técnicas de cultivo e nas receitas de formulação de vinhos únicos, feitos com muito cuidado e dedicação por quem faz o que ama e se satisfaz com os elogios que recebe ao expor seus rótulos, valorizando o trabalho próprio e o de seus antecessores’, completa o coordenador geral da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul. “Este contato vivenciado entre quem produz e quem consome é a essência do pavilhão”.

Resiliência e retomada

Superar obstáculos é algo que quem atua no setor da uva e do vinho sabe, e sabe bem. Nesta edição da feira há mais de 20 agroindústrias familiares do setor apresentando seus produtos durante os nove dias da feira – e muitas delas sofreram prejuízos ocasionados pelas cheias de maio de 2024, como a Piccola Cantina, de Bento Gonçalves (RS), a primeira agroindústria de vinho colonial legalizada no Brasil, em 2018. Na foto acima, Diva Flâmia, uma das sócias da vinícola, apresentando seu rótulo de Bibiana, na Expointer 2023.

Em reportagem publicada no site www.brasildevinhos.com.br em maio de 2024, na qual a Emater estimava uma perda de pelo menos 500 hectares de vinhedo na região, mostramos a Piccola Cantina como uma das tantas vinícolas que teve prejuízo com as cheias. “Quanto mais a gente pensa, mais triste fica”, disse Diva, à época. Diva e o marido, Auri ficaram isolados em Faria Lemos, no interior de Bento Gonçalves, onde se localiza a vinícola.

Outra empresa que como já informamos estará presente é a Casa Zottis. “Participar da Expointer é de extrema importância”, assegura Daniela, que com o marido Juliano comanda a vinícola. “Nossa primeira participação foi em 2021, pós-pandemia. Ali foi um marco significativo, ganhamos o prêmio de melhor vinho fino com o Merlot 2020 (foto acima) e passamos a ter divulgação na mídia. A partir de então entendemos que teríamos de modificar nosso envolvimento com o negócio”, reflete, “neste momento mudei minha vida e assumi o dia a dia na vinícola”.

Estar perto foi fundamental em um dos momentos mais desafiadores: a calamidade de maio de 2024. Daniela tomou a frente de um grupo de oito vinícolas da Serra Gaúcha que criaram um clube visando buscar benefícios junto a parceiros e fornecedores e facilitar a vida do consumidor: nascia assim o Vinho Origem. A Speranza vinhos, a DallaVino e a Porão do Vale, que integram o Vinho Origem, também estarão na Expointer.

Imagens: topo, Expointer 2023, foto divulgação Secretaria da Agricultura RS, Vanius Foresti e Diva Flâmmia, fotos divulgação Brasil de Vinhos, Merlot Casa Zottis, divulgação Casa Zottis.

 

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