Cinco rótulos de vinhos produzidos no Brasil foram destaque em jantar exclusivo no restaurante Café De L’Homme, promovido pela Embaixada brasileira em Paris. A sommelière Marina Giuberti selecionou produtos brasileiros de diferentes regiões para o evento: da Serra Gaúcha, de Garibaldi (RS), o Cabernet Franc da Foppa & Ambrosi; do Centro Oeste, de Rianápolis (GO), vem o Udu de Coroa Azul, um blend de Cabernet Sauvignon e Syrah assinado pela São Patrício; da Chapada Diamantina, especificamente da cidade de Mucugê (BA), vem o Sauvignon Blanc da UVVA e de Bagé (RS), na Campanha Gaúcha, o Syrah Camilo 1º e o Cabernet Sauvignon Don Thomaz y Victoria, da Estância Paraizo. A cachaça com jambu Brazilian Kiss, da Weber Haus, do Rio Grande do Sul, e a Cauina, do Alquimista da Caatinga, do Ceará, fecharam a seleção de bebidas brasileiras da noite.
Os rótulos harmonizaram com a refeição produzida pelos chefs Morena Leite, Marcelo Ballardin, Bel Coelho, Vico Crocco, Rafael Rego, Rafel Cagali e Alessandra Montagne. O cardápio (abaixo), preparado especialmente para marcar a participação brasileira na SIAL 2024 – a maior feira de alimentos e bebidas do mundo – foi meticulosamente concebido para contar uma história única sobre a biodiversidade brasileira e as técnicas culinárias inovadoras que estão redefinindo a gastronomia nacional.
“O cardápio dos chefs trabalha toda uma questão de brasilidade e ter o nosso vinho produzido na Campanha Gaúcha, elaborado com o manejo do Bioma Pampa, sustentável, com integração com a pecuária, harmonizando essa cozinha, tem um valor especial para a gente”, comemora Victoria Zara Mercio, proprietária da Estância Paraizo. “Quando se pensa em Brasil, geralmente se visualiza a cultura mais tropical”, prossegue, “então ter um vinho elaborado no Bioma Pampa a partir de um trabalho que está sendo feito por diversos produtores de vários tipos de produto premium na região é uma honra para a Paraizo”.
Carolina de Podestá Martin Santana, diretora comercial da Vinícola São Patrício, comemorou ao ver seu vinho na fotografia: “foi aquela emoção ver o Udu de Coroa Azul entre os rótulos selecionados, aos pés da Torre Eiffel! É um vinho da nossa primeira safra comercial, nunca imaginávamos chegar lá!”, relata. “Depois da emoção, é pensar na riqueza do nosso país: Bahia, Goiás e Rio Grande do Sul foram os Estados representados com vinhos!”
É, o Brasil é mesmo enorme e certamente tem muito vinho bom para mostrar ao mundo. E quem está em um dos destinos preferidos no mundo quando se fala em vinho é a Marina Giuberti, em Paris há quase 20 anos e sempre trabalhando com a bebida. Marina recebe muitos brasileiros em suas lojas na capital francesa, clientes ávidos por conhecer os vinhos do Velho Mundo, mas há também os consumidores locais, enófilos curiosos por descobrir outros rótulos. Marina já teve – e em algumas vezes tem – alguma oferta de vinhos brasileiros, mas há sempre entraves: burocracia, custos e dificuldades de importação estão entre os maiores.
Por isso se esforça tanto para ter rótulos brasileiros em oportunidades como esta: “Um evento desse porte dá chance de mostrar vinhos de pequenos produtores a um público qualificado”, diz a sommelière, que sonha em ter habitualmente rótulos brasileiros em suas prateleiras.
“Wooooooooow!”, essa foi a primeira reação do enólogo Lucas Foppa, um dos sócios da Tenuta Foppa & Ambrosi, ao ver a foto dos rótulos com o seu Cabernet Franc entre eles. “Foi uma excelente oportunidade! Estar em um evento no país do vinho é algo que sempre emociona: o Brasil chegou!”.
Acreditamos nisso também Lucas.
Imagens: divulgação Marina Giuberti
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