“Nasceu da união das famílias Ruiz e Gastaldo, e esse vínculo familiar é algo que buscamos transmitir em nossa marca. Antes de ser produtor, sou um apreciador, e esse lado continua vivo em mim”, conta Eduardo Gastaldo, proprietário da Ruiz Gastaldo, vinícola urbana de Porto Alegre.
O projeto começou em 2017, com a intenção de produzir vinhos para amigos e familiares, mas o sucesso entre os conhecidos logo mostrou que havia potencial para algo maior. Em 2019, a Ruiz Gastaldo se tornou a primeira vinícola registrada em um espaço urbano no Brasil.
A vinificação livre é uma oportunidade de combinar o rigor técnico da enologia clássica com a criatividade e a flexibilidade dos processos naturais, rejeitando dogmas e rótulos muito rígidos. “Para mim, o mais importante não é a bandeira, mas a qualidade do vinho na taça. Prefiro usar os recursos que tenho, sempre respeitando a matéria-prima e o terroir”, conta Eduardo.
Esse respeito começa no vinhedo, pois o empresário seleciona produtores que sejam comprometidos com a saúde das videiras e a qualidade das uvas, ao invés de priorizar a quantidade. “O ponto de largada precisa ser bom. Não adianta querer corrigir na vinificação algo que já chegou comprometido.”
Uma das práticas que distingue a Ruiz Gastaldo é o uso de leveduras selvagens no início da fermentação, processo que Eduardo compara ao nascimento de um filho, pois exige atenção constante para garantir um bom resultado.
Ele, inclusive, mora no mesmo prédio onde funciona a vinícola. “Acordo 5h30 e vou dar bom dia para os vinhos, provo tanque por tanque, ajusto o que for necessário. Vejo os parâmetros de densidade, de temperatura, vou degustando o vinho, sentindo, e movimentando”, conta.
A experimentação é uma marca da Ruiz Gastaldo. Eduardo compartilha exemplos de vinho como o Porto Alegre e o Porto Alegre Selvagem, feitos com a mesma safra, mas fermentados com diferentes leveduras. O resultado? Rótulos completamente distintos em aroma, estrutura e complexidade. “É fascinante ver como pequenas escolhas no processo podem transformar o produto final”, assegura o produtor.
Além da produção, a comunicação com o público é parte essencial do trabalho. Eduardo realiza degustações e compartilha as histórias e decisões por trás de cada rótulo. Ele acredita que essa interação enriquece tanto os consumidores quanto o próprio produtor: “recebo muitas impressões dos clientes, e isso amplia o meu conhecimento. É uma troca.”
Para saber mais sobre vinificação livre, e como Eduardo extrai o máximo de cada safra e terroir, assista a entrevista completa no Brasil de Vinhos RECEBE clicando aqui.
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Foto: Juan-F-Rico-Albano
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